sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Conselho Federal de Psicologia repudia estratégia "dor e sofrimento" na cracolândia


Em nota oficial o CFP repudiou a ação na cracolândia em SP. Podemos nos perguntar: o que adianta expulsar as pessoas daquele lugar, se não há nenhuma estrutura para recuperar, realojar ou tratar essas pessoas? Talvez essa ação seria correta se houvesse uma estrutura e um preparo da cidade para cuidar dessas pessoas. O que houve apenas foi uma mudança de local de traficantes e viciados, mas não houve o principal: estrutura para que essas pessoas não fiquem apenas vagando pelas ruas, procurando drogas; e sim, tenham pelo menos a opção de mudarem de vida. Como é de costume no Brasil, a sistema público não funciona ou faz as ações de forma estabanada, sem pensar nas consequências, usando esses meios como propaganda, fingindo que estão fazendo alguma coisa de útil...


Abaixo segue a nota oficial do CFP:
 
"O Conselho Federal de Psicologia questiona objetivos e métodos adotados na chamada Ação Integrada Centro Legal, em curso desde o dia 3 de janeiro de 2012 na cracolândia, em São Paulo.

O CFP entende que a estratégia, da forma como vem sendo executada, baseada na ostensiva ação policial, não só não resolve o problema, como provoca a violação dos direitos humanos dessas pessoas já fragilizadas.

O CFP defende uma política sobre drogas baseada no fortalecimento da rede pública de saúde, com a ampliação de consultórios de rua e dos Centros de Atenção Psicossociais, que realizam atendimento de forma intersetorial, envolvendo psiquiatras, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais e outros profissionais da saúde...


Por isso, orienta que psicólogas e psicólogos denunciem qualquer violação aos direitos humanos em ações de combate ao crack e espera que a ação baseada na “dor e sofrimento” não se repita em outros Estados.

O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo acompanha a situação. Na quarta-feira, 11 de janeiro, o CRP-SP participou da reunião realizada na Câmara dos Vereadores de São Paulo, e ao lado de outras entidades da sociedade civil, repudiou a ação militar."

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